Por: Robenilson Sena Torres
“Engana-se quem pensa que a luta acabou, os ideais de Zumbi permanecem mais vivos do que nunca.” O dia 20 de novembro é mais um dia de luta para o povo negro, quanto tantos outros, luta diária contra o racismo, contra o preconceito, contra a desigualdade, contra a negação de direitos. Mas é uma data para a reflexão e conscientização para toda a sociedade do quanto o período de escravidão foi um câncer nesse país, da indiferença e do distrato da sociedade pós abolicionista, resultando numa imensurável dívida histórica para com esse povo que nunca se furtou de lutar por direitos. É uma data para nos inspirarmos e fazer com que permaneçam vivos os ideais de Zumbi, João Cândido, Luís Gama, Mandela, Albert Luthuli, Rosa Parks, Malcolm X, Luther King e tantos outros que dedicaram sua vida na luta contra o racismo.
Este dia é marcado pela continuidade da luta contra o preconceito racial. De valorização à cultura afro-brasileira, e, nas escolas, nas universidades, nas comunidades e movimentos sociais em todo o país se discutem a questão racial, enfatizam sobre o respeito enquanto pessoas humanas e a importância do povo negro para a rica formação do nosso Brasil.
A Lei 10.639 de 2003 estabelece que nesta data (20/11) seja comemorado o Dia da Consciência Negra. Para que se discuta a História dos negros no país, sua cultura e sua colaboração para a nação que temos hoje. Além disso, é também uma oportunidade para lembrar e evidenciar os problemas sociais que ainda afligem essa parcela da população.
É necessário a valorização de líderes negros de nosso povo, pois sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados heróis nacionais.
Não podemos negar avanços que tivemos, espaços e direitos conquistados com suor e sangue, contudo, as marcas da escravidão ainda não cicatrizaram, a ferida é aberta toda vez que há a negação da existência racismo, a negação dos direitos, a negação das políticas públicas afirmativas e a permanência do pior dos racismos, o racismo institucional, que surge toda vez que o Estado se mantem inerte e indolente diante da desigualdade de oportunidades que insiste em imperar e na tímida aplicação de medidas combativas, tonando – cúmplice, inclusive, do extermínio dos nossos jovens negros.
Dia 20 de novembro e dia para reflexão, para a indignação, mas sobretudo para saudar um povo que se mantém perseverante na luta contra toda forma de preconceito e discriminação. É dia para reafirmamos a luta pela Consciência Humana.
*Robenilson Torres é Graduando no curso de Direito e Diretor de Combate ao Racismo no DCE/UESC
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